Um sorriso é mais fácil que uma palavra de carinho. Vejo-me todos os dias presa num nó de medo e insegurança que não consigo desenrolar mas que me vai estar no caminho para sempre.
É esta mania do “falo amanhã”, do “não foi o momento certo”, do “estava muita gente”. São tudo desculpas para adiar o que evitado não se resolve, são argumentos de que me arrependo mas que volto a usar, são réplicas e mais réplicas de perguntas mudas que ficam sem resposta.
Eu tento, juro que tento, mas sou cobarde, talvez a mais cobarde pessoa que conheço mas que gosta de se fazer forte, gosta de pensar que é brava e corajosa como uma leoa mas não passa de um ratico. Porque quanto mais tento, mais coisas que parecem muito piores me saltam no pensamento. Como vai ser? Como vou ficar? Porquê agora? Porque é que o tempo não pára? Porque é que temos todos de seguir caminhos diferentes? Porque é que todos temos objectivos diferentes? Não devíamos estar todos juntos? Para sempre? Não vou conseguir…
Então aí começa o nó a apertar-se, o nó na garganta, o nó no coração, um nó que só cresce com o aproximar do futuro, um nó que já não consigo desmanchar, um nó que me marca o ser como um ferro em brasa, um nó que tem todos os meus, todos os nossos, todos os que já foram e todos os que ficaram.